Depois do café, agora é a vez do açúcar ficar mais caro

A oferta global de açúcar deve enfrentar uma redução significativa nos próximos meses, o que deve impulsionar os preços no mercado internacional. Especialistas do setor alertam que a queda na produção em alguns dos principais países produtores pode levar a um cenário de maior volatilidade e escassez no fornecimento da commodity.

A principal razão para essa tendência é a queda na produção da Índia, o segundo maior produtor mundial de açúcar, atrás apenas do Brasil. A produção indiana pode atingir apenas 26 milhões de toneladas nesta safra, uma redução considerável em comparação com os anos anteriores. Essa diminuição está diretamente relacionada a doenças que afetaram os canaviais na região de Uttar Pradesh, um dos estados mais importantes para o cultivo da cana-de-açúcar no país.

Ravi Gupta, diretor executivo da Shree Renuka Sugars, uma das principais empresas do setor, destacou essa preocupação durante a Dubai Sugar Conference, realizada na semana passada. Segundo ele, além dos problemas fitossanitários, as condições climáticas adversas e a redução das áreas plantadas também contribuíram para a menor oferta do produto.

Outro fator que pode influenciar os preços globais é a situação de outros grandes produtores, como o Brasil e a Tailândia. No Brasil, apesar de uma safra promissora, há incertezas quanto às políticas governamentais para a exportação do açúcar e para o uso da cana na produção de etanol, o que pode impactar a oferta disponível para o mercado externo. Já na Tailândia, a produção também enfrenta desafios devido à seca prolongada que afetou os canaviais.

Com essa conjuntura, os analistas projetam que os preços do açúcar devem se manter elevados no curto e médio prazo, pressionando indústrias que dependem da matéria-prima, como as de alimentos e bebidas. Além disso, consumidores finais podem sentir o impacto nas prateleiras, com produtos açucarados se tornando mais caros em diversas regiões do mundo.

Diante desse cenário, o mercado internacional segue atento às próximas safras e às possíveis medidas que governos e empresas podem adotar para minimizar os impactos da escassez e da alta nos preços.

Fonte: Jornal da Cidade Online

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